Em 1994 o cineasta Steven Spielberg se juntou a renomados produtores e fundou o estúdio Dreamworks, criando uma grande expectativa no mercado. Na época a revista Time dedicou uma reportagem de capa ao estúdio, chamando-o de “novo colosso da mídia”. A promessa, contudo, nunca se concretizou. Em 15 anos, a DreamWorks criou alguns personagens marcantes como Shrek, Madagascar e Kung Fu Panda, mas só conseguiu obter lucro no balanço anual por 3 vezes, passou por 2 ameaças de concordata e hoje sobrevive graças a uma pesada injeção financeira do grupo de mídia Reliance Entertainment (da Índia).
Como uma empresa com pessoas tão talentosas atuando em um mercado com tanto potencial conseguiu virar um exemplo de "má gestão"?
Segundo uma matéria publicada na Revista Época Negócios, o assunto rendeu até um livro, chamado "The Men Who Would Be King" (Os homens que seriam reis), que aponta vários equívocos na administração da Dreamworks, como:
- Miopia de mercado: O estúdio tinha a pretensão de cobrir toda a gama do entretenimento, do cinema à música. Era uma pretensão justificada em 1994, mas as divisões de games e internet nunca conseguiram achar o pulso do mercado, criando produtos fora de sintonia com o público teen.
- Conflito no topo: Os sócios, apesar do brilhantismo em suas carreiras-solo, não sabiam trabalhar em equipe.
- Arrogância e descaso: O sonho antigo de Spielberg era construir um megaestúdio de filmagens na Flórida, mas o projeto enfureceu ambientalistas, gerou uma péssima repercussão e uma inútil despesa de US$ 30 milhões.
- Estagnação criativa: O projeto original do estúdio era arrojado: abolir cargos e valorizar os artistas “pratas da casa”. Na prática, não foi assim.
- Falta de engajamento: O maior atrativo da DreamWorks atendia pelo nome de Steven Spielberg. Porém, o cineasta teimou em continuar firmando seus negócios mais rentáveis com outros estúdios, como a produção de Homens de Preto, pela Sony.
Por essas razões, a homenagem do Erros de Marketing de hoje vai pra Dreamworks.
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